Apenas um dia de sol

O que é a vida se não um aprendizado constante?!

O que é felicidade? um momento, um segundo, um olhar, um fragmento, um nada com sentido de tudo, um gosto, um sorriso, um jeito, uma palavra, uma presença... 

O que é saudade? É a sensação mais dolorosa, sombria e fria que poderia existir. Ela é devoradora. Te entristece e te faz questionar o que poderia ter sido, como você poderia ter sido. 

Com o tempo a gente aprende sobre valores. Não, não são esses valores que você está pensando. Valores enquanto postura, qualidade, ensinamento, gentileza, beleza, sabedoria, simplicidade e verdade. 

Com o tempo a gente aprende sobre finitude, sobre significado e sobre a difícil missão de ressignificar os espaços, as lembranças e a vida. 

Com o tempo a gente amadurece e aprende sobre os valores do "ser", nunca, jamais do "ter", este pouco importa. Com o tempo a gente cresce, muitas vezes com alma de criança no corpo de adulto, um revoltado sem causa (sempre, isso sempre acontece), até que a vida vem e te estraçalha, te tira o chão, te deixa ver que tudo é tão simples e tão efêmero. Neste momento você descobre que estar vivo é o mais importante. 

A felicidade passa a ser apenas um dia de sol. A saudade passa a ser a forma mais sublime de entender o que é amar. A gente passa a entender que saudade é a forma de viver "sem" e "com" ao mesmo tempo. É a forma de amar distante. Com isso a gente percebe que não cabe mais no casulo, que chegou a hora de sair. Nossas asas ficam apertadas, nossa respiração mais curta, a gente renasce, floresce. Com o tempo a gente aprende que não existe segredo. O que existe é possibilidade e oportunidade o tempo inteiro, talvez nós não estejamos prontos para ver a vida sob outra ótica para aprender que tudo pode durar um segundo ou uma eternidade.


Não se mede o valor de um homem pelas suas roupas ou pelos bens que possui, o verdadeiro valor do homem é o seu caráter, suas idéias e a nobreza dos seus ideais.
Charles Chaplin
Texto sobre o homem mais nobre que conheci, meu pai (in memorian).


6 comentários:

  1. Que lindo, Marcinha, amei! Ahhhh e me emocionei. Somos tão breves, né?!
    Beijo, beijo no seu coração, com abraço apertado, aquele que um dia a gente vai dar, se Deus quiser.
    She

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    1. Somos sim, Sheilinha. E eu estava precisando de voltar pra um espaço assim, pra escrever um pouquinho.

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    1. Que bom que gostou, Letícia! É bem simples, mas estava necessitando voltar à escrever. bjs

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  3. OI Márcia,
    O texto é lindo e sensível.
    Adorei o formato do blog, ficou chique.
    Bjs

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    1. Betty, você é minha referência de chique, se você diz eu já me derreto! bjsssss

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